quinta-feira, março 31

Explique o que é o diabetes

Edição 1757, 26 de junho de 2002

Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, Biologia
Antonio Milena
Uma diabética aplica insulina no próprio sangue: a falta do hormônio no controle do distúrbio pode levar à morte

Explique o que é o diabetes. E previna os alunos contra ele

Alimentação balanceada e exames médicos precisos são as grandes armas para combater a doença


Preparação da aula
Exercícios e outras atividades
Para debater
Experiência


"Cardápio Absolvido", pág. 65 de VEJA
Uma aula de 50 minutos


Alimentação, índice glicêmico e diabetes


Selecionar, relacionar e interpretar dados e informações para tomar decisões e enfrentar situações-problema


Discutir as formas de prevenção do diabetes por meio de experiência de medição do nível de açúcar no organismo

O índice glicêmico dos alimentos certamente já tirou o sono de muitos seguidores de dietas, temerosos de mastigar mais uma cenoura aqui ou um croissant acolá. Segundo VEJA, essa ditadura de números que costuma acompanhar um pedaço de melancia ou uma porção de arroz está com os dias contados. É possível, sim, comer de tudo um pouco, desde que com o devido bom senso. Use a boa nova para enfatizar para a turma o valor de uma alimentação equilibrada. Aproveite para esclarecer o que é o diabetes — um distúrbio no metabolismo do qual ninguém está livre — e quais as formas de prevenção.


Preparação da aula

Dois dias antes, divida a turma em cinco grupos e peça que cada um elabore e siga um dos tipos de dieta sugeridos abaixo. O consumo por pessoa deve ser de 2500 a 3000 calorias por dia.

Grupo 1: Dieta pobre em lipídios (carnes brancas, carne de peixe, verduras cruas etc.);
Grupo 2: Dieta muito rica em lipídios (bacon, carnes vermelhas, ovos etc.);
Grupo 3: Dieta muito rica em carboidratos (pizza, macarrão, pães etc.);
Grupo 4: Dieta pobre em carboidratos (semelhante à do grupo 1); e
Grupo 5: Dieta balanceada (a sugerida por VEJA, acrescida de carne)

Providencie também o material do experimento (veja abaixo):

  • Reagente de Benedict (solução azulada vendida em farmácias de manipulação e drogarias);
  • Tubos de ensaio; e
  • Lamparina ou bico de Bunsen.

Exercícios e outras atividades

No dia combinado, um voluntário de cada equipe deve colher cerca de 100 mililitros da primeira urina da manhã em um frasco limpo. Caso a aula seja à tarde, o invólucro dever ser conservado na geladeira. No laboratório, oriente a experiência do quadro e discuta os resultados. Que tipo de dieta contribui para um índice maior ou menor de açúcar no sangue? Qual grupo necessita tomar mais cuidados para evitar o diabetes? Se achar conveniente, incentive os alunos a fazer exames mais precisos para detectar predisposição ao distúrbio. Enfatize que a prevenção ainda é o melhor remédio.


Para debater

Pergunte quem gosta de comer os alimentos sugeridos na reportagem. Ressalte que o público-alvo ao qual o texto se dirige é afeito a dietas. Que informação é possível extrair desse detalhe? Pergunte quem sabe definir o diabetes e peça que os adolescentes falem de ocorrências da doença na família, caso existam.

Conte que o diabetes é um distúrbio no metabolismo do organismo provocado quando as células de uma pessoa não respondem mais aos estímulos da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas e que tem a função de absorver tudo o que é doce na alimentação. Sem a insulina, o açúcar não entra na célula — para gerar energia — e fica boiando no sangue, onde o acúmulo de glicose pode até levar à morte.

Ensine que o diabetes se divide em dois tipos. O primeiro, mais raro, é também conhecido como insulino-dependente. Ele responde por 5% a 10% dos casos e os sintomas surgem por volta dos 7 anos de idade. As células do pâncreas, que normalmente produzem insulina, são destruídas pelas de defesa do nosso corpo por um motivo ainda desconhecido. Isso faz com que a taxa de glicose se eleve (hiperglicemia). A saída é injetar insulina sob a pele para ser absorvida pelo sangue. Se a vítima ficar sem as injeções desse hormônio, pode morrer em poucos dias.

Lance uma questão: por que o diabetes aparece em algumas pessoas e em outras não? Explique que o fator hereditário tem um papel importante, mas, na prática, o distúrbio nunca é transmitido diretamente de pai para filho.

Já no segundo tipo de diabetes, esclareça que o pâncreas tem pouca influência. O problema principal está no resto do corpo. Afetadas por fatores externos (obesidade, principalmente), as células tornam-se insensíveis à insulina. Estudos mostram que 40% da população adulta do planeta está acima do peso adequado, mas o fato de uma pessoa ser gorda não é determinante para que a doença se manifeste no organismo.

Desafie a curiosidade da turma. Será que todos os portadores do diabetes do tipo 2 produzem insulina? A resposta é sim. Mesmo quando o distúrbio é diagnosticado, a maioria das pessoas continua fabricando o hormônio pelo resto da vida. O principal motivo para que os níveis de glicose no sangue permaneçam altos é a incapacidade das células musculares e adiposas de usar toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim, muito pouco da glicose presente no sangue é aproveitado por essas células.

Com tais explicações, não será difícil os adolescentes perceberem que o principal objetivo do tratamento ao qual se submete um diabético é normalizar sua glicemia (taxa de açúcar no sangue). Para conseguir um perfeito equilíbrio metabólico, é necessária uma harmonia entre dieta, exercícios físicos e medicação. Sem isso, o organismo apresenta quadro de hipo ou hiperglicemia. No primeiro caso, ocorre uma queda excessiva de açúcar no sangue. Isso se dá por falta de refeições regulares, excesso de exercícios físicos, administração de doses altas de insulina ou consumo excessivo de bebidas alcóolicas. Há o surgimento de sintomas como fome súbita, fadiga, tremores e taquicardia e os níveis de glicose no sangue ficam abaixo de 70 miligramas por decilitro.

Já a hiperglicemia é causada por excesso de alimentação, medicação insuficiente, tensão emocional e ausência de exercícios físicos. Esse conjunto de fatores eleva as taxas de glicose no sangue muitas vezes para mais de 180 miligramas por decilitro após as refeições, causa problemas circulatórios e cardíacos, visão turva, sede, excesso de urina e enfermidade nos rins e, em casos mais graves, leva à amputação de pés e pernas.


Experiência

Para medir o nível de glicose no organismo

O MATERIAL

Despeje 10 mililitros de urina num tubo de ensaio e pingue 10 gotas do reagente de Benedict

A FERVURA

Com o auxílio do bico de Bunsen, leve o tubo com a urina e o reagente à ebulição. Tome cuidado para que a urina não espirre para fora do recipiente

O RESULTADO

Após a fervura, verifique a alteração na cor original do reagente. Na presença de pouca glicose, ele muda de azulado para esverdeado. Caso o nível de açúcar encontrado no sangue seja alto, a cor muda para amarelo-tijolo



www.alimentosecia.hpg.ig.com.br
www.terra.com.br/saude

Os sites acima informam os teores calóricos e os valores nutricionais de diversos tipos de alimentos


Plano de aula proposto por Miguel Castilho Junior, professor de Biologia da Escola Nova Lourenço Castanho, de São Paulo

Fonte:

quinta-feira, março 24

Como se forma a ferrugem?

Não é preciso esperar que os alunos conheçam Química para iniciá-los nas questões ligadas a fenômenos cotidianos, como a ferrugem

Maria Rehder (novaescola@atleitor.com.br)

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Ilustração: Sattu
COMO O AR E A ÁGUA PODEM DESTRUIR O FERRO A combinação dos três elementos forma a ferrugem, mas evitá-la é fácil. Ilustração: Sattu
















1. Ar
O oxigênio penetra no ferro e começa a comprometer a resistência do metal. O processo químico é batizado de oxidação. Seus alunos vão estudar isso mais adiante, nas aulas de Química.

2. Água
O oxigênio também está presente na água, que acelera esse processo de oxidação. A combinação com o ar vai desgastando a estrutura do ferro, desde a borda até o centro do metal.

3. Ferrugem
O ferro oxidado assume uma coloração alaranjada e começa a se esfarelar: é a ferrugem. Nas áreas afetadas, o metal vai perdendo densidade e, se o processo não for contido, pode chegar à degradação total.

4. Prevenção
Para impedir que os agentes oxidantes (água e ar) ajam, a solução é impossibilitar o contato direto deles com o metal. Para fazer isso, basta revestir o ferro com uma camada de tinta ou óleo.

Por que a bicicleta só enferruja nas partes onde ela está sem tinta? O que é aquela substância laranja que aparece na lã de aço que fica molhada por um tempo sobre a pia? Por que o casco do navio não enferruja em contato com a água? Essas são algumas perguntas que podem aguçar a curiosidade das crianças e, ao mesmo tempo, se tornar grandes aliadas dos docentes no despertar do olhar científico-investigativo desde os primeiros anos do Ensino Fundamental.

Resultado do processo de oxidação, a ferrugem é fruto da reação química gerada pelo contato do ferro com o oxigênio presente na água e no ar. Essa explicação, quando apresentada apenas de forma teórica, é certeza de que não será compreendida pelos estudantes do primeiro ciclo do Fundamental. Especialistas ouvidos por NOVA ESCOLA, contudo, garantem que, quando ela é ensinada de forma prática, com base em experiências observacionais relacionadas à vida cotidiana, motiva desde cedo os alunos a averiguar as constantes transformações que ocorrem ao seu redor. Isso facilita o entendimento de princípios químicos que serão retomados e aprofundados até o fim do Ensino Médio.

Uma dica dada por Carlos Eduardo Godoy, assessor pedagógico de Ciências para o Ensino Fundamental I do Colégio Móbile, de São Paulo, é explicar para a turma que a ferrugem é um dos muitos fenômenos que ocorrem na natureza, assim como o crescimento dos seres vivos e a transformação da água em gelo.

Godoy recomenda que, a partir do segundo ano, os docentes criem o hábito de promover atividades observacionais para despertar a curiosidade dos pequenos. "Para ensinar a ferrugem, o professor pode pedir para os alunos pesquisarem se no portão de casa, no carro dos pais ou nas bicicletas há substâncias alaranjadas. Esse é um bom ponto de partida para explicar o fenômeno", afirma.

Praticar o registro dessas pesquisas, compartilhar resultados com os colegas por meio de argumentação e observar as relações entre os diferentes elementos da natureza são algumas atividades que, segundo Godoy, ajudam o estudante a se organizar para, desde o começo da vida escolar, desenvolver o método científico,o conjunto de regras básicas para realizar uma experiência a fim de produzir conhecimento. "É possível perceber que houve aprendizagem quando o aluno consegue generalizar o conteúdo ensinado, transferindo-o para seu cotidiano e mudando suas atitudes."

O químico Thiago Lopes, pesquisador da Sangari Brasil, em São Paulo, indica a problematização como um bom começo para a explicação da ferrugem para as crianças. "O professor pode falar que a ferrugem é composta dos três itens: ferro, água e ar. Um bom gancho para iniciar a discussão é perguntar o que se pode fazer para proteger o ferro do contato com a água e o ar em diferentes casos, como pintar a bicicleta ou manter a esponja de lã de aço embalada em lugar seco (leia mais no infográfico acima)", diz.

Lopes afirma que não é preciso que as crianças detenham conhecimentos de química para entender como evitar a ferrugem. "Dá para explicar de forma bem simples: se é preciso três elementos para que o fenômeno ocorra, então, basta tirar um deles do processo para barrá-lo."

Conteúdo incorporado ao cotidiano escolar

Os tênis podem até estar sujos ou molhados, mas a bicicleta sempre está limpa e bem guardada. Essa é a realidade dos estudantes da EM Professora Cynthia Cliquet Luciano, localizada em frente à praia da Enseada, em São Sebastião, a 204 quilômetros de São Paulo, que temem ver seu meio de transporte enferrujado. Segundo Zenira Salim da Silva, professora de Ciências há mais de 25 anos, o combate à ferrugem é um conteúdo que todos aprendem por necessidade. "Por morarem junto ao mar, desde pequenos eles conhecem as causas do problema e o que devem fazer para evitá-lo. Cabe a nós, professores, contextualizar esse fenômeno nas atividades em sala de aula", avalia.

"Sempre que podemos, motivamos nossos alunos a fazer relações com a rotina e pensar os impactos de cada conteúdo no cotidiano para, baseado nisso, buscar as teorias que explicam os fenômenos", conta Zenira. Ela destaca que o educador deve começar resgatando o conhecimento já adquirido pela turma e uma demonstração prática ajuda a introduzir o conteúdo. "A experiência da esponja de lã de aço é simples e funciona. Deixamos duas expostas ao ar na sala, uma seca e outra molhada. Com a umidade do ar que temos aqui, a ferrugem se dá rapidamente e isso estimula a curiosidade de todos", garante (leia uma sugestão para trabalhar o tema nas classes de 4º e 5º anos).

Para Zenira, é importante que o assunto seja retomado de modo a acompanhar a capacidade de entendimento dos alunos. "Como a ferrugem é influenciada por questões físicas, químicas e geográficas, serve de mote para que aprofundemos o conteúdo a cada ano", conta.

Olhar científico

A necessidade de aperfeiçoar o olhar científico-investigativo nos alunos brasileiros ficou evidenciada com a divulgação dos resultados do Pisa, a avaliação internacional realizada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). No exame de 2007, 61% dos nossos participantes tiveram um desempenho pífio em Ciências. Num ranking de 57 países, o Brasil ficou em 52º lugar.

Antonio Carlos Dias Ângelo, professor do Departamento de Química da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Bauru, afirma que conceitos básicos de eletroquímica e termodinâmica podem ser transmitidos por meio da explicação da ferrugem. "No Ensino Fundamental, o professor deve valorize a observação e a experimentação, seguida da pesquisa", diz. Para Carlos Eduardo Godoy, do Colégio Móbile, em São Paulo, nessa fase, o professor não precisa diferenciar os conceitos de fenômenos químicos e físicos. "O importante é fazer com que os alunos percebam que o mundo está em constante transformação. O desafio é adequar a linguagem para que todos compreendam" explica.

Quer saber mais?

CONTATOS
EM Professora Cynthia Cliquet Luciano, R. Castro Alves, s/n, São Sebastião, SP

BIBLIOGRAFIA
Corrosão, Vicente Gil, Ed. LTC, 370 págs., tel. (21) 3970-9450, 139,50 reais
Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente, Loretta Jones e Peter Atkins, Ed. Bookman, 968 págs., tel. 0800-703-3444, 216 reais

INTERNET
Conteúdo sobre Ciências de autoria do professor Carlos Eduardo Godoy.


domingo, março 13

O Átomo




O vídeo abaixo mostra o o experimento de Rutherford, vídeo extraído do livro Química - Usberco e Salvador, editora saraiva.

sábado, março 12

Deputado Diferente




______________________
PAULO CELSO PEREIRA

José Antônio Reguffe, de 38 anos, foi o deputado federal mais bem votado do país em termos proporcionais. Escolhido por 266.465 eleitores, o equivalente a quase 19% dos que foram às urnas no Distrito Federal, ele superou fenômenos televisivos como Tiririca, e integrantes de clãs políticos tradicionais. No primeiro dia de trabalho, o parlamentar expediu seis ofícios à diretoria-geral da Câmara. Abriu Mão do 14º e 15º salários, reduziu o número de assessores no gabinete, cortou gastos com salários de assessores e diminuiu sua verba de atividade parlamentar. Como morador de Brasília, naturalmente também abriu mão do auxílio-moradia e das passagens aéreas.
As medidas resultarão numa economia de 2,4 milhões de reais nos próximos quatro anos. Se elas fossem seguidas por todos os 513 deputados, a economia chegaria a 1,2 bilhão no mesmo período. Reguffe tomou medidas idênticas quando exerceu o mandato de deputado distrital em Brasília. Além de ter demonstrado que é possível um parlamentar trabalhar sem mordomias, em excesso, o deputado brasiliense teve uma votação que prova com isso está em sintonia com o que pensa o eleitor.
Quinze salários – O primeiro ofício que José Antônio Reguffe enviou à diretoria-geral da Câmara foi para pedir que não fossem depositados em sua conta os dois salários que os deputados recebem anualmente chamados de “ajuda de custo”. Trata-se, na prática, de um 14º e um 15º salários, de 26.723,13 reais cada um. Ao longo dos quatro anos de mandato, a medida levará a uma economia de 213.786,04 reais para a Câmara. “Esse foi um compromisso com meu eleitor. Não acho que seja correto que um deputado tenha direito a salários extras. Todo trabalhador recebe treze salários por ano. Portanto, nada mais lógico que um representante desse trabalhador também receba apenas treze salários por ano. É o justo”.
Cota parlamentar – A Câmara criou uma cota para custear os gastos dos parlamentares com seu trabalho. Com valores que vão de 20.030 a 34.000 reais mensais, o dinheiro deveria ser usado para pagar despesas com passagens aéreas, selos, telefone, combustível, aluguel de carros e pagamento de consultorias. Como á fiscalização é muito frouxa, são freqüentes os indícios do uso irregular. Reguffe pediu que sua verba fosse reduzida de 23.030 reais para 4.600 reais. Em quatro anos a economia com a medida será de 884.640 reais. “Esse valor de 23.030 reais é exorbitante, excessivo. O mandato parlamentar pode ser exercido com qualidade a um custo bem menor para os contribuintes. Pela minha experiência na Câmara Legislativa, acho que 4.600 reais é um valor viável. É suficiente para manter o gabinete funcionando”.
Verba de gabinete e assessores – Os deputados têm direito a 60.000 reais para contratar até 25 assessores para seus gabinetes. Reguffe estabeleceu junto à direção da Câmara que terá no máximo nove assessores e que não gastará mais que 48.000 reais com os vencimentos, uma redução de 20% na verba. Só com salários a economia será de 624.000 reais ao longo dos quatro anos. Mas ainda há o enxugamento de benefícios. Apenas com vale-alimentação dos dezesseis funcionários que não serão contratados, a Câmara economizará 514.560 reais até 2014. “O número de assessores a que um parlamentar tem direito é excessivo. Nós precisamos de bons técnicos para exercer um mandato digno. Agora, 25 assessores… Se todo mundo vier trabalhar, o gabinete não comporta a metade. É um gasto que parece servir como uma espécie de estatização de cabos eleitorais. Eu tenho um gabinete que vai me servir bem, que vai me dar amparo, sem precisa de tanta gente.
Veja, edição 2203 de 09/02/2011 – Página 68,

quinta-feira, março 10

Como descascar cebolas sem chorar



Porque choramos quando descascamos cebolas?

Todo mundo sabe que descascar cebolas sempre fez a gente chorar, porém o porquê disso acontecer é desconhecido para a maioria das pessoas.
Pois bem, este fenômeno ocorre porque as cebolas são parte da planta Allium, da mesma forma que o alho, a cebolinha, o alho-poró e cerca de 400 outros primos. Estes vegetais absorvem enxofre na terra, o que ajuda a formar uma classe de moléculas orgânicas voláteis chamadas sulfóxidos de aminoácidos ou sulfuretos. As enzimas próprias da cebola decompõem os sulfuretos resultando em ácido sulfénico. Este ácido é instável e decompõe-se em um gás volátil conhecido como sin-propanetial-S-óxido. Ele se dissipa através do ar e ao se aproximar dos olhos, reage com a água lacrimal formando uma solução muito fraca de ácido sulfúrico.
Em outras palavras, ao picar cebolas acontece uma reação química onde os gases contidos neste vegetal são liberados e reagem com nosso corpo nos fazendo chorar. Quando estes gases entram em contato com o as secreções lacrimais naturais de nossos olhos, eles se transformam em uma espécie de ácido que acaba por irritar o globo ocular. Como forma de defesa o organismo reage produzindo as lágrimas para expulsar o “invasor”.
Recentemente pesquisadores têm realizado experiências para a criação de cebolas geneticamente modificadas e que não nos façam mais chorar. Mas até lá, como evitar que isto aconteça? Abaixo separamos umas dicas ótimas para ajudar a driblar este problema:
  • Colocar um ventilador próximo com o vento em direção transversal apontando para a cebola de forma com que os gases não consigam chegar perto dos olhos.
  • Descascar e cortar as cebolas debaixo de água corrente ou dentro de uma bacia com água para que o ácido se forme antes de entrar em contato com os olhos.
  • Molhar as cebolas e as mãos antes de começar o corte para que uma parte do gás já comece a reagir, diminuindo assim seu efeito perante os olhos. O cheiro de cebola das mãos pode ser retirado com limão.
  • Deixar as cebolas no congelador pouco tempo antes para que sua temperatura resfrie, uma vez em que temperaturas menores inibem a liberação de gases e enzimas. Também pode-se fazer o mesmo com a faca que será utilizada.
  • Enquanto pica as cebolas, pode-se respirar profundamente pela boca a fim de que o gás ou parte dele seja inalado e não chegue aos olhos.
  • Realizar os cortes com uma faca bem afiada de modo com que as células da cebola sejam menos danificadas e com isso haja menos liberação de gás.
  • Procurar não cortar as raízes para também haja menos liberação de gás.
  • Tentar sempre cortar a cebola do meio para as pontas, pois estas acabam liberando mais gases.
  • Colocar um palito de fósforo na boca, com a cabeça apontada para fora. As substâncias contidas na cabeça do fósforo irão absorver parte dos gases que causam as irritações nos olhos.
  • Se nada adiantar, coloque um óculos de mergulho. É batata!

segunda-feira, março 7

Forró do Carbono

Tá pode até não ser São João, mas aí vai o Forró do Carbono. Aprenda a nomenclatura da Químcia orgânica de forma divertida e musical...

Carnaval: Pierrô, Colombina e Arlequim

Imagens de Pierrô, Arlequim
***

Esses personagens fazem parte de um estilo teatral nascido na Itália no século XV e difundido depois na França, chamado Commedia dell’Arte. Foi um forma de teatro popular improvisado, que se opunha à Comédia Erudita – em latim e pouco acessível - e também foi conhecida como Commedia All’improviso. As apresentações ocorriam em praças e ruas, em pequenos palcos improvisados ou em carroças. Em geral as companhias teatrais eram familiares e itinerantes, seguiam apenas um roteiro, chamado canovacci, mas os atores tinham liberdade de criação. Os personagens eram fixos e muitos atores representavam o mesmo papel até a sua morte.

O centro da trama dos três personagens é um triângulo amoroso e uma sátira social:Pierrô ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina. A história do trio enamorado era um entretenimento popular, de origem influenciada pelas brincadeiras de Carnaval. Além dos três, havia um comerciante avarento (Pantaleão), um intelectual pomposo (Doutor) e um oficial covarde, mas “disfarçado” de valentão (Capitão), entre outros.

Em relação aos personagens centrais: Pierrot foi o nome que Pedrolino ganhou na França no século XIX, era o mais pobre dos personagens, com rosto pintado de branco e sem máscara. Inspirou a fantasia dos palhaços, pois era o que mais sofria com brincadeiras, por conta de seu amor pela Colombina, era um servo de Pantaleão. Assim também o era Arlequim, um espertalhão preguiçoso e insolente, que queria se passar por ingênuo e estúpido, fazia passos acrobáticos pelo palco e debochava pregando peças nos outros personagens, e tentando escapar com agilidade das confusões que criadas por ele. Sua vestimenta de losangos completava a caracterização. Colombina era a criada de uma filha de Pantaleão, tão bela e refinada quanto sua ama. Para despertar o amor de Arlequim, cantava canções românticas e dançava nos espetáculos. O sofrimento do Pierrôinspirou muitos versos, como a divertida marchinha do Noel Rosa (vá tomar sorvete com o Arlequim)...

Entre tapas e beijos

Intriga amorosa e sátira social eram os pratos principais da antiga comédia italiana

Pierrô

Seu nome original era Pedrolino, mas foi batizado, na França do século XIX, como Pierrot e assim ganhou o mundo. O mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e não usava máscara. Vivia sofrendo e suspirando de amor pela Colombina. Por isso, era a vítima preferida das piadas em cena. Não foi à toa que sua atitude, sua vestimenta e sua maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo

Pantaleão

O mais conhecido dos personagens patrões, que representavam a elite da sociedade italiana nas histórias da Commedia dell’Arte, Pantaleão (também chamado de "O Velho") era um "mercador de Veneza" (expressão que deu título a uma peça de Shakespeare). Tirano avarento e galanteador desajeitado, era alvo constante das gozações dos servos e de outros. personagens da trama

Arlequim

Também servo de Pantaleão, Arlequim era um espertalhão preguiçoso e insolente, que tentava convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez. Depois de entrar em cena saltitando, deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de movimentos acrobáticos. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas. Outra de suas marcas-registradas era a roupa de losangos.

Colombina

Criada de uma filha do patrão Pantaleão, mas tão bela e refinada quanto sua ama, Colombina era também o pivô de um triângulo amoroso que ficaria famoso no mundo todo - de um lado, o apaixonado Pierrô; do outro, o malandro Arlequim. Para despertar o amor desse último, a romântica serviçal cantava e dançava graciosamente nos espetáculos.



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